
Ele fica lá impassível, parei para admira-lo, virada de
tempo, algumas gotas de chuva começam a salpicar o chão, uma aqui outra ali.
Ele fica lá impassível, sua casa parece pequena, mas frente
ao seu tamanho pequenino parece gigante.
Os periquitos, apoiados nos fios de luz próximo a sua casa,
fazem barulho, agitam suas asas, sobem e descem em voos desafiadores e ele
permanece impassível.
Eles o rodeiam, voam para o alto, para o lado, agitam asas e
ele permanece impassível.
A essa altura já estou com o carro parado admirando o
pequeno privilégio desse espetáculo. Lembro da história contada por Lama Santem
do guerreiro que venceu o oponente sem ao menos mexer um músculo, simplesmente
parou imóvel a sua frente.
A vida tem esses mistérios, daria tudo para saber o que se
passa na cabeça do minúsculo João de Barro, sua pequena casa está ali a um bom
tempo e em momentos de ameaça como esses, ele fica lá impassível, sem o menor
movimento, sem nenhuma manifestação, apenas incorpora o guerreiro até a ameaça
desanimar, desistir e partir cabisbaixa. Um pequeno, silencioso e minúsculo
guerreiro.
Ele fica lá impassível...
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