Com o passar do tempo, o deslumbramento cede espaço ao
conformismo, esse “ismo” maldoso e sonolento que rouba as horas do sono e
entorpece os dias trazendo outro sono.
Com o passar do tempo, percebemos que é tudo um ciclo,
começa deslumbrante e senhor de sí, atravessa a maturidade raso em sí e na velha idade percebe que não há tempo ou idade que mostre a sabedoria da
maturidade.
Com o passar do tempo a gente percebe que o vento sopra para
todos os lugares e enquanto uns deliciam-se com sua brisa, outros jamais sairão
do torpor do ar rarefeito de suas geografias.
Com o passar do tempo a gente percebe que o sábio é o que
não sabe nada, que o fraco vê da jangada, o tolo de garganta empinada.
Com o passar do tempo vai se a memória, vão se os músculos,
os ossos fraquejam, o riso escasseia, o amargo galanteia, os sulcos rasgam o
rosto, a altura cede, fica apenas nosso rastro, nosso nome solto no asfalto.
Com o passar do tempo, olhamos para o peito e se não vencemos o medo, percebemos o rastro estreito perdido pelo meio do caminho que não soubemos caminhar...
2 comentários:
Pois é.....vamos nos acostumando com tudo, até com a infelicidade.
Eliane
Um abraço minha amiga, beijo grande, obrigado por sempre prestigiar o seu amigo.
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