Nem muito lá, nem muito cá.
É uma arte, juntar-se homens
em torno de um ideal, de um sonho, de uma luta. Realmente é uma arte pois somos todos
diferentes, cada um com seu sonho, cada um com sua visão de mundo, suas
expectativas...então, quando os líderes, os grandes líderes conseguem essa
façanha, realmente é algo digno de
tirar-se o chapéu...
Toda
essa movimentação que tem ocorrido nos últimos dias em São Paulo, Rio e que
está se estendendo por todo o país, que começou com o aumento das passagens de
ônibus em 20 centavos, invadiu as ruas e deu no que deu, deu no que vimos em
nossas tvs, nas redes sociais: jornalistas e manifestantes agredidos e
machucados, patrimônio público e privado depredado, a população exposta ao caos
e ao medo. Uns culpam a policia que exagerou na violência, outros criticam os participantes
das passeatas que não demonstraram a mínima organização e foram também
violentos, depredando tudo a sua frente.
Em
minha limitada visão, analisando sem as paixões de lá e de cá, houve exagero de
ambos, então, se há erros nessa história o erro é de ambos.
A polícia, tem que ter a sua estratégia obviamente, para toda e qualquer ação no dia-a-dia, tem que ter a
sua inteligência. Temos que ter policiais preparados para esse tipo de evento (não
treinaram “n” vezes para a copa?), enfim, a atitude e a postura foram
totalmente amadora, mas, não podemos nos esquecer que a polícia também é
formada por pessoas, por seres humanos, que também encaram uma manifestação como essa com
apreensão e com medo. Não podemos nos esquecer que os policiais são mau
pagos, tem suas famílias, encaram a violência todos os dias e tem que voltar
para suas casas no final do dia vivos para ver seus filhos, só isso já é uma
grande proeza.
Do
lado dos manifestantes, além de haver muitas convergências com os policiais,
por serem humanos também, por terem anseios, por lutarem pelo que acreditam, há
muitos erros, com certeza. Houve vandalismos, destruição e o pior, depredadores
profissionais infiltrados em seu meio descaracterizando sua luta.
É irrefutável, se geramos violência,
recebemos violência de volta. É simplesmente uma lei da vida, então, muitos
podem sentirem-se heroicos, por estarem “lutando uma luta”, uma luta justa, mas uma luta
descaracteriza-se e perde muitas batalhas quando não há organização, quando não
há respeito pelo outro e pelo que é do outro.
Entre “mortos e feridos”, acho que vale a pena a
reflexão de ambos, ou melhor de todos: manifestantes, policiais, sociedade,
políticos. Se não pensamos como um todo e para o todo, seremos sempre radicais
em nossas posições e pagamos também como um todo, todos pagamos.
As
manifestações fazem parte do ambiente democrático, mas é simples, se forem
violentas, gerarão violência e perderão seu sentido, isso em qualquer parte do
mundo e com qualquer polícia do mundo.
Temos
a PEC 37 que está para ser votada, esse por si só é um objeto que merece toda a
nossa paixão em uma luta justa e se analisarmos o quadro dantesco a nossa
frente há muito o que se lutar por esse país e por nossos filhos e é uma lista
imensa, de um legislativo recheado de políticos corruptos que só legislam em
causa própria e em torno de seus interesses escusos e afilhados corruptos até a
luta social desse país em torno da
educação, moradia, distribuição de terras e da renda.
Concluindo,
há muito por se lutar mas temos que aprender a lutar.
Altair Almeida
2 comentários:
Acho as manifestações legítimas, são o exercício da cidadania em uma democracia, só espero que não fiquem apenas no espetáculo da mídia e se transformem em ações concretas para o aprimoramento das instituições brasileiras. Os governantes que aí estão, não tomaram o poder, foram eleitos, então? sabemos votar? nos falta educação e uma reforma estrutural nela, até agora o que vejo são reformas conjunturais e nosso povo continua ignorante.
Eliane
Perfeito minha amiga, compartilho de seu ponto de vista. Um abraço apertado.
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