Essa guerra foi declarada antes de meu
nascimento
Os demonios expulsos de meu céu
Refugiaram-se na caverna oca de meu peito
Refugiaram-se na caverna oca de meu peito
Fincaram cruzes e estacas em meu coração
E desde então vivo em extrema unção.
Essa guerra foi declarada entre anjos e demonios
Demonios que já foram anjos afonicos dos sonhos
E desde esse dia os anjos foram para o céu, a
mente
E os demonios moram felizes no inferno, o coração
E eu assisto a guerra comendo pipocas, vendo televisão
A guerra deixa mortos e deixa rastros
Deixa uma mapa de rugas sem direção
Deixa calos massacrados a exaustão
Deixa os mortos jogados em valas à podridão
Não há trégua, não há régua, não há esfera
Que desvende o pavor e o desespero dessa situação
Essa guerra junta o melhor e o pior de mim
Essa guerra começa ao nascer do dia
E finda-se apenas no nascer de outro dia
Não há direção, não há bússola, não há
alquimia
Que traduza a guerra em que vence a melancolia
Não vou gritar e também hão há o que celebrar
Não vou morrer sem ver e conhecer o que há de
melhor em mim
Os demonios escondem tudo, roubam tudo, levam
tudo
Só não levam o meu sonhar traduzido no absurdo
Não sou mudo, não sou surdo, não sou recluso
Não sou o anjo, não sou o demonio
Sou apenas o dono de meus sonhos
De meus sonhos adormecidos e sem direçâo.
2 comentários:
o homem é a vitória da inteligência sobre a probabilidade!
Zéllleeeeeeee, frase magnífica, obrigado.
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