sábado, 9 de fevereiro de 2013

Diário de Bordo: Data Estelar 18 12 3014








Diário de Bordo: Data Estelar 18 12 3014
(Trecho do livro "A Batalha das Feras e dos Pálidos Infantes)

    Essa viagem constante na velocidade da luz, tem cansado a todos, na nossa passagem por Alfa Centauro, nos deparamos com diversas chuvas de meteoritos, alguns meteoritos atingiram nossa nave e atravessaram as 5 camadas de proteção, após uma análise geral do estado de nossa nave, Hal 9 nos informou que não temos condições de prosseguir.
     Sr. Sumu que permanentemente discorda de Hal 9, afirma o contrário, então passados os ânimos exaltados e as eternas discordancias, chamei nossa oficial médica, sra. Zumi e pedi sua ajuda para nossos oficiais e o restante da tripulação. Todos estão muito tristes, principalmente por ter que voltar ao planeta azul-acinzentado.
   Por sorte, nosso dispositivo de teletransporte não foi avariado, então, nosso plano, é deslocar nossa nave através do espaço-tempo de volta ao pequeno planeta azul-acinzentado, consertarmos as avarias e seguirmos em frente.
    Comuniquei nossa decisão primeiramente a nossa nave mãe, estacionada em Andromeda e a nossa outra nave irmã estacionada em Cassiopéia. Sr Turi o general de toda a esquadra insiste em um resgate, mas eu insisto o contrário, já que nossa missão até o pequeno planeta azul foi um fracasso. Chamei os oficiais ao convés principal e vamos comunicar a nossa decisão. Não vai ser fácil, mas não há muito o que fazer.
     Percebo que aos poucos, nosso retorno para Andromeda e nosso pequeno planeta sempre sofre algum revés, sinto falta de minha amada e de nossa constante comunicação em permamente silencio, acho que os habitantes do planeta azul-acinzentado  chamariam a isso de telepatia, em sua ansia de dar nome a tudo e classificar para que tudo não fuja de seu entendimento, eu diria que nossa eterna e silenciosa comunicação seria muito da paz e do amor que nos envolve.
Bom, o animador é que nosso navegador não terá muito trabalho, pois só precisamos informar Hal 9 para que oriente e comande a nave de um ponto de partida a um ponto de chegada para que o teletransporte seja realizado na velocidade da luz.
     No planeta azul, vamos procurar a montanha mais alta, talvez em alguma cordilheira na parte asiática do planeta, talvez estando no topo desse mundo, tenhamos condições de trabalhar, sem sermos fustigados ou agredidos, pois essa é uma característica de seus habitantes, agredir a tudo ao redor, principalmente oque é estranho, novo ou desconhecido. Ou quem sabe possamos escolher o oceano mais profundo, acho que não teremos problemas com os seres abissais, sua aparencia talvez seja assustadora, mas eles são a nosso ver autenticos e são o que são, sem falsas imagens, sem falsas camadas.
     Do planeta azul, guardo entre nossas amostras:  um sorriso terno, a imagem de um pássaro fazendo seu ninho, várias maritacas barulhentas em revoada, um cipreste imponente ao luar, uma pessoa dando abraços gratuitamente em uma estação de trem, e a terna imagem de pessoas se despedindo e se reencontrando em um aeroporto.
      Mas as amostras de cenas tristes e tragédias, são em um número bem maior, em um volume incalculável, então utilizando dos novos núcleos de processadores conseguimos compactar tambem todos os dados, mas não sabemos como vamos estudar esses dados, pois acreditamos não possuir tecnologia suficiente para desvendar e entender como esses seres se matam e matam seus filhos, seus pais e vão dormir tranquilos depois. Como esses seres sentem prazer em causar dor, em mentir, em enganar e viver em paz com tudo isso. Talvez o mais triste de tudo, seja que esses seres consigam viver imersos em tantos preconceitos, preconceitos até com outros seres que co-dividem seu planeta e servem de alimentos e de cobaias em seus infindáveis experimentos.
     Nossa esperança é que nossa comunicação com esses seres, todos os que são subjugados pela raça dominante do planeta nos ajudem a arrumar nossa nave e voltar, pois sei que com eles a comunicação será a mesma de Andromeda, será a comunicação que não precisa de palavras ou gestos, apenas da companhia pacífica e da mansidão do olhar.

Continuamos com a missâo...


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