Diário de Bordo - Data Estalar 13/13/3013
(Trecho do livro "A Batalha das Feras e dos Pálidos Infantes")
Acrescentamos novos processadores ao Hal 9, processadores com vários núcleos de última geração e implantamos novos algoritmos limitando suas ações para que não corramos mais tantos riscos. Nosso engenheiro Sumu e seus técnicos estão de parabéns.
Nossa oficial de navegação, sra. Omara, diz que há várias revoluções silenciosas nesse mundo e custo a entender seu comentário. As revoluções são as constantes lutas de todos contra todos, algo muito diferente de nossa vida andromediana.
Nosso oficial de comando tem sérias dúvidas sobre Hal 9, aliás, ele desconfia de tudo o que se mova mecanica, elétrica ou eletronicamente.
Nossa nave sobrevoou um país na parte sul desse mundo, aliás, conhecemos vários países mas esse em especial chamou nossa atenção, esse tem todos os climas e todos os povos e é bonito em suas particularidades, mas esse tambem tem extrema pobreza, um rei fanfarrão que presenteia os mais ricos e dá bananas aos mais pobres e vai sobrevivendo assim em sua vidinha de bobo da corte.
Há varios campos nesse pais,há cana, borracha, laranja, mas há lugares completamente devastados, há lugares em que só vemos fumaça, há lugares onde a pobreza é dominante, há meia dúzia de ricos que acumulam cada vez mais suas riquezas e com dinheiro marcado fingem ajudar os mais pobres.
Não queremos voltar para Andrômeda, não, não queremos, pois esse planeta nos deslumbra, mas ao mesmo tempo nos entristece, pois sabemos que seus dias estão contados, na verdade sabemos até a data de seu fim. Muitos aqui fazem canções, canções alegres, canções tristes, canções para se dançar, canções para se orar, para navegar, para chorar. Há também as canções de ausencia e de loucura. Falando em loucura, vimos loucos em hospícios, mas também vimos loucos perfeitamentes "normais" e nossos medidores sensoriais constataram que esses talvez sejam os mais esquisitos e violentos, afinal o como mediar a loucura? E o que é realmente a loucura em um lugar sem parametro para medi-la? Mais questôes para Hal 9...
Nossos sensores descobriram vários abalos sísmicos e sr.Sumu, nosso engenheiro de bordo nos informou que essa acomodação de placas tectonicas, destroem países, destroem seres mas também apontam para o fim eminente desse pequeno planeta azul.
Tentamos, em nossa ansia de ajudar o povo desse planeta em pintar a terra de verde ou até mesmo rosa, mas o cinza que a envolve infelizmente não nos ajudou.
Tentamos juntar todos em um canto e apontar para o mesmo horizonte, mas poucos quiseram olhar para onde o sol se esconde, todos olham para os mais diversos lugares, todos lutam batalhas estrondosas todos os dias, todos querem a paz mas não conseguem viver em paz, nem ao menos com o vizinho ao lado.
Nossa nave está novamente buscando novas rotas, Hal 9 esta sendo reprogramado e após novas coletas de plantas, de sorrisos, de olhares e de gestos, vamos tentar rumar para nosso pequeno planeta em Andromeda.
Andromeda é diferente desse planeta e isto me reconforta sobremaneira, pois sei que seguir para Andromeda, deixando a Via Láctea é esse encontro conoscos mesmos e com nossa transbordante paz.
Paz que infelizmente é distante e pequena nesse pequeno planeta.
Nossa missão agora é retraçar rotas, calibrar propulsores, apertar os cintos e retornar para Andromeda.
Continuamos com a missâo...
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