quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Diário de Bordo - data estelar - xyz brsp 01/02/07





Diário de Bordo - data estelar - 

(Trecho do livro "A Batalha das Feras e dos Pálidos Infantes")


    Sobrevoamos alguns mares, e percebí que olharmos os mares do alto de nossa espaçonave é o mesmo que viajarmos pelo hiper-espaço é a mesma sensação de vastidão, de infinito...
     Tentamos contato com habitantes em terras gélidas, pinguins-imperadores, a comunicação foi fácil, entendemos sua necessidade de acasalamento, as responsabilidades de um pai, de uma mãe...tentamos contato com outros seres desse planeta, os homens, ai a dificuldade foi tremenda, pois além da fonética ininteligível, eles falam por gestos, por olhares esquivos e as vezes dizem exatamente o contrário do que realmente gostariam de dizer.....Transcrevemos todos os diálogos para o nosso computador de bordo, que não está acostumado com essa lógica, que na verdade não tem lógica nenhuma, na verdade beira surreal.
     Base, tenho saudades de minha amada, com seus afazeres em nosso planeta gelado, ainda bem que me situo na parte mais acolhedora e aquecida do planeta. Esse "ainda bem", tenho que revisar de imediato, pois torço para que ela retorne para o lado "aquecido" do planeta em minha volta para casa.
      Nosso navegador, fez algumas correções de rota, então zigue-zaguearemos mais algumas centenas de anos por aqui. Ontem, em uma de nossas missões locais, verificamos a importancia das trocas no planeta, o que eles chamam de moeda, é vital para a sobrevivência, vital eu diria porque quase todos matam e morrem por essa coisa chamada "moeda".
     Recolhí algumas "moedas" e tenho-as no bolso agora, recolhí tambem uma forma expressiva de arte, a música,  verifiquei que todos, independente da espécie neste planeta, tem a música em sua alma, ela parte das formas mais rudimentares, como gritos de acasalamento, passando pelos requintes de seu exponencial maior, a música erudita.
     Sobrevoamos campos de centeio (uma bela visão), sobrevoamos cascatas, sentimos a variação dos ventos e pretendemos fazer incursões em alto mar. De imediato, como comandante enfrentei também algumas insubordinações, mas nada sério, considerando o tempo que estamos ausentes de casa e a pressão que somos submetidos.
Base, essas são as pequenas, ou melhor, a falta de novidades de hoje, nossos planos são fazer mais incursões terrestres hoje, entender melhor o gestual contraditório humano, entender as discrepancias dos seres e de alguns agrupamentos dos mesmos humanos, em alguns países em especial.
     Finalizo, lembrando mais uma vez a saudades de minha amada, que talvez esteja perdida próximo a algum porto de Alexandria, Azimuth, Aldebaran ou Alexânia...

Continuamos com a missão...

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