Diário de Bordo - Data Estelar 12/07/2007
( Trecho do livro "A Batalha das Feras e dos Pálidos Infantes)
Nosso navegador, Sr. Sumu, tem colocado todos os esforços para uma correção de rota, cálculos e mais cálculos que não estão nos levando a nada no momento, é frustrante. Atravessamos sim, uma chuva de meteoritos, algumas nebulosas, mas desviar dos grandes meteoros é que foi nosso grande problema (nenhuma avaria felizmente) ...
Temos problemas com a equipe também e talvez nossa maior missão seja voltar para a casa após observar esse planeta tão absurdamente perdido em egos, olhares vazios e dissimulados e guerras em todos os níveis.
Bom, as vezes nos perdemos com o objetivo de nossa missão e fazemos o que estamos fazendo agora, alteramos algoritmos, revemos cálculos, revemos objetivos, revemos anseios, revemos nosso coração, revemos a missâo.
Colhemos material, sim, colhemos muito material, dias atrás em uma dessas coletas nos deparamos com o vôo das borboletas, e chegamos a conclusão que era impossivel estabelecer um destino para o vôo desses seres, já que eles não pretendiam chegar a lugar algum e pareciam estar felizes assim. Após uma reunião intensa, com toda a tripulação da nave (cerca de 50 tripulantes), saímos com a mesma questão da reunião, como sair pelos ares, pelo espaço-tempo sem objetivo algum e parando a cada cor ou flor que encontrar pelo caminho? Estamos enviando essa questão para nossa nave-mãe, pois Hal 9 (nosso hiper-computador de bordo da série Omega 131) ficou confuso também com a questâo...
Vimos travestis em atos sexuais em plena luz do dia, ou seria plena luz artificial do inicio da noite? Nos perguntamos o porque do nosso choque, o amor não seria livre? Mas o ato sexual em um lugar público seria amor? E o que na verdade é o amor?
Pesquisamos alguns ditos "mestres" desse planeta e alimentamos Hal 9 e chegamos a conclusão que o que vimos não era amor, pois após muitos cálculos e divagações com as metáforas, aforismos, eufemismos e varios outros ismos Hal 9 nos divulgou um relatório de 3 linhas, dizendo que "amor é algo atemporal, compassivo, tolerante e que não exige nada em troca". Só não conseguimos entender a questão da atemporalidade ainda, pois um dos sábios do planeta em seus textos e apontamentos nos falou da relatividade e da curva do tempo e também da teoria das cordas, então, o tempo sempre existe sob a ótica do observador? E do objeto observado? Então o tempo é atemporal, então o que fazer com o tempo? E com o tempo que temos? E com o tempo que não temos?
Bom, voltemos a Hal 9...
Seguimos com a missão, dessa vez pretendemos coletar "gestos", que já falamos tanto, mas nunca nos atentamos detalhadamente...
Continuamos com a missão, as vezes abatidos, por andar um pouco em circulos com nossa nave, as vezes mais animados com as respostas de Hal 9, mas a nossa energia vital, talvez nem Hal 9 tenha, é essa energia de renovar-se a cada dia e nunca voltar atrás no nosso vôo, em nossa caminhada...
Continuamos com a missâo...
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