sábado, 16 de novembro de 2013

Seguindo a deriva no espaço.









Eu te dei poesia
a mais fraca poesia
eu não sabia da rima
eu não sabia escrever
sabia apenas te ver
e de todos os males
que vejo em voce
e de todas as desgraças
que escorrem da tv
a dor mais forte é do abandono
é esse poema sem dono
é essa falta de sono
desse sono insonsso
desse sono de morto
de zumbi frouxo
de gato morto
e solto
correndo pelos telhados
chorando e lançando no espaço
a dor de não ter a quem chorar
Eu te dei poesia
dei também minha ilha
minha falsa alegria
e gotas de minha letargia
Eu te dei poesia
e minha falsa alquimia
e a magica de minha magia
mas partistes rindo ironica
fiquei com a dor e a insonia
fiquei com os calos, os alhos
os estragos e meus pedaços
espalhados nos cantos de meu barco
seguindo a deriva no espaço.

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