segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Um amigo, um guardião, um vigilante.




Certo dia eu acordei e meu melhor amigo não estava lá
Olhei em todos os quartos e nos armários
Revirei os cômodos e todos os espaços
Ele não estava lá, ele continuava não estando lá
O sentimento de dor misturou-se ao desespero
Procurei nos quartos e em todos os cômodos
Lembrei de seu olhar as vezes alegre, as vezes de conforto
Estendi as mãos abri armários, espalhei nuvens
Separei estrelas, revirei os céus e planetas
Mas ele não estava lá, ele continuava não estando lá
Corrí pelas ruas, corrí por todas as minhas ruas
Enfrentei a luz do sol, enfrentei o molhado da chuva
Cruzei correndo a cidade, averiguei parques
Mas ele não estava lá, em nenhum lugar
Bebi um pouco de água, subí algumas escadas
Escadas que não valiam nada, pois levavam a nada
Descansei então em uma mansarda
Separei punhal e espada esperava uma batalha
Sentei em um canto qualquer, eu tinha amigos
Tinha amigos que me resgatavam de meus precipícios
Mas tinha um único amigo que morreria comigo
Ele falava com olhos e com seu rabo
Percebí que ele nunca tinha se ido
Percebí que as vezes ele ficava alí sentado
As vezes sumia no vazio do espaço
Nesse momento eu tive a certeza 
Ele estava sempre alí invisível dentro meu peito
Ou guardião, sentado vigilante  ao meu lado. 

WebRep
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