domingo, 8 de setembro de 2013

Coluna do jornal O Metropolitano - 07/09/13







(Originalmente publicado na coluna Vitaminas Culturais do jornal O Metropolitano de Campinas  de 07/09/13)




Olá amigos,

            Vamos direto ao ponto, vamos ouvir algumas cantoras essa semana? Há cantoras maravilhosas e a intenção aqui para não sermos injustos não é sugerir as melhores cantoras, mas sim, algumas do rol das melhores para que você possa deleitar-se em sua casa (de preferencia, fazendo uma boa audição descansando em seu sofá). Meu raciocínio é o seguinte, para o IPod sempre reservo a música mais fácil, o pop, rock, o eletrônico, porque é uma música onde o forte é o pulsar do ritmo, então para caminhar na rua, para correr, para a academia reservo esse tipo de música, mas isso não exclui você de ouvi-la onde eu ou você quiser ouvir.
O jazz, o erudito e qualquer outro gênero que seja mais rebuscado, que necessite mais atenção o melhor é você ouvir em sua sala, sentado em um bom sofá, relaxando e se possível sorvendo um bom vinho.
            Para nossa sala de audição então recomendo as seguintes cantoras essa semana, pinçadas das melhores cantoras do mundo, vamos lá a sete cantoras especiais:
1a) Alanis Morissette: O álbum “The Collection” traz o melhor da cantora canadense, tem as clássicas “Thank you”, “Mercy” and “Still”. Alanis é como o vinho, sempre melhor com o passar dos anos.
2a) Aimee Mann: A americana Aimee Mann é dona de uma voz delicada e de baladas suaves e delicadas, sua discografia compreende 9 álbuns, a sugestão fica para a trilha sonora do filme “Magnólia” de Paul Thomas Anderson. Segundo o diretor do filme, fã incondicional da cantora, o filme inteiro foi feito tendo como base as canções de Aimee Mann, o resultado é sensacional.
3a) Anne Sofie Von Otter meets Elvis Costello -  For the Stars:  Bacana vermos que música de qualidade não tem fronteiras, no caso o erudito encontra o pop de boa qualidade. Nesse álbum a mezzo-soprana Anne Sofie, exercita não a técnica, mas o sentimento e a delicadeza em belas canções ao lado do maravilhoso Elvis Costello.
4a) Beth Gibbons and Rustin Man – Out of season: A vocalista de expressão melancólica e as vezes até desesperada do aclamado Portishead, exercita sua veia solo nesse álbum e sai-se muito bem, a canção Tom the model, é de arrepiar, mais uma cantora canadense para nossa lista.
5a) Holly Cole – Temptation: Que me perdoem os tradicionalistas e puristas, mas simplesmente a meu ver, o melhor álbum vocal de jazz, a cantora canadense tem mais de uma dúzia de álbuns, em Temptation faz um álbum totalmente acústico dentro das melhores tradições de cantoras de jazz, acompanhada apenas de seu trio (baixo, bateria e piano) e faz um álbum maravilhoso, onde o destaque de cada canção não é só a técnica mas ao mesmo tempo a simplicidade e o sentimento de sua voz. Imperdível.
6a) Joan Baez – Collection: A nova-iorquina Joan Baez, dona de um agudo similar ao de Mariah Carey (dizem que Mariah é uma das poucas cantoras que levam o seu agudo ao nível do apito) e lá nos anos 60, namorada de Bob Dylan e também por conta da repressão militar, foi impedida diversas vezes de cantar no Brasil, trás nesse álbum suas melhores canções, entre elas a maravilhosa “Diamonds and Rust”, “Forever Young”, “Please come to Boston”...
7a) Joni Mitchell: No panteão das deusas da voz e também da composição, com certeza Joni Mitchell teria um lugar de destaque, há tantas belas e delicadas canções feitas por essa cantora-compositora que fica difícil a sugestão de um álbum, seu primeiro álbum é de 1968 “Song to a Seagul”, mas seu ultimo álbum “Shine” de 2007 preserva todas as características maravilhosas  da criatividade de suas canções e da emoção de sua voz. Ouçam com atenção e carinho, vocês vão gostar.
            Mudando um pouco de assunto, fica a sugestão de um livro maravilhoso, para você ler, viajar e sobretudo pensar: “Crime e Castigo” de Dostoievsky. Dostoievsky tem seu lugar entre os grandes mestres da literatura russa e mundial principalmente por criar perfis psicológicos profundos de seus personagens. Acredito que o que comprova sua maestria e poder de criar uma literatura de qualidade é que simplesmente “Crime e Castigo” inicia-se pelo fim, mas a carga psicológica é tão grande que vai laça-lo e envolve-lo até seu final caro leitor. Se você não leu vá correndo ao sebo ou  livraria mais próximos de sua casa e delicie-se com esse mestre da literatura universal.

Bons sons, excelentes leituras e até a próxima,

Altair Almeida

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