
Não quero mais ser
esse expectador do tempo
Vendo os segundos
velocistas correrem
Vendo os minutos ponderados mas vorazes atropelarem
Vendo os dias passando,
anos marchando alucinados
As horas, vem e vão e
cabem em apenas um minuto
Não quero esse
assento de frente para a lua e para o vento
Quero ser parte da
lua e do vento em seu rebento de setembro
Quero permanecer
intacto, eterno para sempre estar perto
De meus filhos, de
meus gatos, de meus sonhos abstratos
Quero permanecer
intacto jogando meu baralho
Vendo dias nascerem,
vendo cães correrem
Escrevendo meus pálidos
poemas e abrindo cisternas
Que jorram abundantes
de meus livros e discos
Não quero mais ser
expectador do tempo
Quero ser dono do
tempo e do meio termo
E dos ponteiros
perfeitos e mal feitos
Que desgovernam meu peito.
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