
Minhas feridas abrem-se e escorrem todos os dias
Nasci para levar essas feridas aonde quer que vá
Sou assim um farol observando as tempestades
Que se formam adiante e amedrontam a noite.
Minhas feridas vem de hoje, de ontem, de outras vidas
Nascem com o sol e passam o dia a escorrer
Morrem com o poente e passam a noite a adormecer
Não me peças o que não me dás, infelizmente é assim
Não sei o que dar, não sei o que existe em mim
Sou assim um caleidoscópio colorido e brilhante
Mas fútil e delicado que explode ao menor contato
Que sucumbe ao menor tato, ao menor fato
Minhas feridas abrem-se e escorrem todos os dias
Minha pele cai, meus olhos esmorecem e tecem
Um opaco que vai encobrindo o brilho de meu olhar
Corro como religião, corro como salvação
Meditar e correr são minhas únicas formas de oração
Não me peças o que não me dás, infelizmente é assim
Não sei o que dar, não sei o que habita em mim
Minhas feridas abrem-se e escorrem todos os dias
Nasci para pagar a
peso de ouro minhas existência
Minhas feridas abrem-se e escorrem todos os dias
E enchem a taça em que bebes e brindas tuas ausências
Não sei o que dar, não sei o que habita em mim
Sinto os demônios correndo, vejo os anjos voando
Vejo as terras tremendo, os mares se acabando
Vejo os céus rachando e a alma gelando
Olhando-me do alto de mim
3 comentários:
"Sou assim um caleidoscópio colorido (...)" todos somos, Alta.
Oportuno poema para finalizar 2012,olhando-nos do alto de nós mesmos...
Obrigado pela comentário minha amiga, obrigado pelo apoio.
pungente e inspirador
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